23.4.08

DESPORTO: Campeões ginasistas 1976/977 de novo juntos!


Aproveitando a passagem do António Sotero (a residir em Macau) pela Figueira da Foz em gozo de férias, a maioria dos elementos que constituíram a célebre equipa do Ginásio Clube Figueirense – Basquetebol 1976/77 (época de ouro desta colectividade) reuniram-se no passado dia 15 num jantar, momento único de confraternização, amizade e alguma nostalgia à mistura, pelos belos momentos que passaram juntos e que fizeram história neste clube, nesta cidade e nos amantes do basquetebol em geral.

No final deste magnífico convívio, vieram as fotos da praxe para mais tarde recordar…

Em cima: Eurico Dias, Luís Silva (Litó), António Pina, António Sotero, Eustácio Dias, Vítor Coelho, José Costa Gomes, Martins Oliveira.

Em baixo: José Jóia, António Tafula, Samuel Carvalho, António Almeida, António Albano, Luís Dionísio, Fernando Sotero.

15.4.08

DIVERSOS = Acordo ortográfico - Pelo SIM, pelo NÃO...

Pelo não...
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A opinião do Dr. Domingues Alves:

Acordo Ortográfico ou a Cultura da Incultura

O disparate está consumado. Portugal, através dos políticos e na senda da perda de auto-estima, abdica da mais lídima manifestação da sua identidade: a LÍNGUA PORTUGUESA, sem mancha.

As alterações acolhidas no Acordo constituem beliscaduras significativas no património nacional, materializadas na conversão do desvio em rectidão, na excepção em regra, no errado em correcto. E não se argumente, sem mais, com a necessidade de harmonizar a escrita e a pronúncia em todos os países de língua oficial portuguesa “a fim de se acabar com a dificuldade da sua promoção externa, quer em universidades estrangeiras, quer em organismos internacionais em que Portugal tem assento”. De facto, sendo louvável o objectivo de pôr termo à peculiaridade de a Língua Portuguesa ser o único idioma moderno a admitir duas ortografias, a verdade é que a forma escolhida para o atingir constitui clara incapacidade de liderança e prova à saciedade (e à sociedade) que os políticos não cultivam a sensibilidade na preservação do nosso património, e, antes, vivem e convivem com a mediocridade, optam pela lei do menor esforço e tornam Portugal num País subalternizado.

Nenhum sistema gráfico pode ser perfeito ou definitivo. A ortografia tem muito de convencional. As alterações ortográficas são sempre provisórias e geram sempre contestação. A aproximação ortográfica não interfere com a coexistência e legitimidade de várias normas linguísticas regionais. A Língua Portuguesa só tem a ganhar com a aprovação de um código ortográfico válido e aceite por todos os países lusófonos. Mas, também aqui, os fins não podem justificar os meios. Unificação da ortografia, SIM! Mas assim, NÃO!

No caso vertente, a unificação da ortografia deveria passar por impor o respeito pela norma, e a regra de ouro consistiria na correcção dos termos que se desviaram da forma originária. Ora, foi o Brasil que se desviou em cerca de 1,6% do vocabulário de Portugal. Logo, ao Brasil é que deveria competir proceder a essas mesmas correcções. No entanto, com as modificações aprovadas no acordo, calcula-se que 1,6% do vocabulário de Portugal seja modificado, graças à aceitação e consagração de palavras que são filhas do pecado, isto é, termos que surgem com o desvio/infracção da Língua Mãe. No Brasil, porém, apenas 0,45% das palavras terão a escrita alterada.

Dito isto, adjectivemos o Acordo Ortográfico: contraproducente, antipatriótico, inoportuno, descriterioso, antifilosófico, mal fundamentado, ridículo.

Historiando, vejamos como se chegou a este histórico e triste marco da Língua Portuguesa.

A divergência ortográfica entre Portugal e o Brasil remonta a 1911, ano em que foi feita aquela que ficou conhecida como “a reforma de Gonçalves Viana”, considerada a melhor de todas as reformas ortográficas do nosso idioma.

Tudo começou quando o governo português, por portaria de 15 de Fevereiro de 1911, decidiu nomear uma comissão encarregada de “estabelecer as bases para a unificação da ortografia que deve ser adoptada nas escolas e nos documentos e publicações oficiais”. Com base no parecer desta Comissão, o governo português, sem consultar o Brasil, oficializou a nova ortografia por decreto de 1 de Setembro. O Brasil independente não gostou de ser subalternizado e reagiu negativamente.

A entrada em vigor, só em Portugal, da reforma ortográfica de 1911, conduziu a uma maior diferenciação no regime da escrita. Para resolver esta situação, em 1931, a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras tomaram a iniciativa de promover um acordo ortográfico tendente a restabelecer, mediante transigências mútuas, a unidade dos dois sistemas gráficos. Também este acordo durou pouco tempo.

Em 1940, o professor Rebelo Gonçalves publicou um Vocabulário Ortográfico. Por sua vez, a Academia Brasileira de Letras publicou, em 1943, O Pequeno Vocabulário Ortográfico que continham algumas diferenças sobretudo na acentuação gráfica. Para ultrapassar estas dificuldades, os governos de Portugal e do Brasil, em 29 de Dezembro de 1943, assinaram a Convenção para a Unidade, Ilustração e Defesa do Idioma Comum. Foi nomeada uma comissão técnica que examinou as divergências, negociou e chegou a um consenso de que resultou o célebre Acordo Ortográfico Luso-Brasileiro, assinado a 10 de Agosto de 1945.

Mas, também desta vez, o problema da divergência ortográfica ficou por resolver. Grande parte do povo brasileiro e a imprensa não aceitaram o acordo. Perante os protestos, o poder político cedeu e os brasileiros voltaram à ortografia de 1943.

Em Portugal, a assinatura do Acordo “tomou foros de acontecimentos nacional, pela sua transcendência política”, como foi sublinhado na sessão de 13 de Dezembro de 1945. É este Acordo que chegou aos nossos dias.

Outras tentativas de entendimento se registaram no sentido de aproximar as normas ortográficas entre os dois países. Em 1967, no primeiro “Simpósio Luso-Brasileiro sobre a Língua Portuguesa Contemporânea, realizado em Coimbra, foi aprovada uma moção, apelando a que fossem tomadas medidas para resolver a singular situação do Português, a única língua de cultura com dupla ortografia oficial.

No início da década de 70, foram abolidos os acentos circunflexos e os acentos graves nas sílabas subtónicas dos advérbios terminados em mente, alterações que entraram em vigor, em 1971, no Brasil, e em 1973, em Portugal, com a publicação do Decreto-Lei nº 12/73 de 6 de Fevereiro.

Em 1975, estava pronto um projecto que não chegou a ser oficializado em virtude do contexto sócio-político vigente à época.

Em 1986, o assunto foi retomado, mas estalou uma tão grande polémica que a tentativa de aproximação ortográfica ficou de novo adiada.

Em 12 de Outubro 1990, Portugal, Brasil e os países de língua oficial portuguesa (PALOP) “chegaram a uma concordância unânime quanto à especificidade ortográfica comum” Acordo que, aconselhava-se, deveria ser transformado em lei a entrar em vigor em 1994. Em 16 de Dezembro de 1990, em Lisboa, o documento foi assinado pelos governos dos sete países lusófonos da época. Em 4 de Junho de 1991, a Assembleia da República ratificou o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Mas ainda não foi desta que o Acordo vingou. Depois da polémica, veio o silêncio e o Acordo caiu, uma vez mais, no esquecimento, tanto em Portugal como no Brasil e nos PALOP.

E o desastre linguístico poderá ter acabado por acontecer, em 2008, em data próxima do dia 1 de Abril …”Em 6 de Março de 2008, o governo aprovou a proposta do segundo protocolo modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1991, comprometendo-se a adoptar as medidas adequadas para garantir o necessário processo de transição, no prazo de seis anos”.

Parafraseando o talentoso cultor da Língua Portuguesa: Desditosa Pátria que tais políticos tem!

Pelo sim...

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Diz o catedrático Carlos Reis:

Opositores do Acordo Ortográfico
têm "comportamentos autistas"

Numa conferência internacional e audição sobre o tema do Acordo Ortográfico, realizado anteontem na Assembleia da República, o catedrático de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras de Coimbra afirmou que "um acordo (...) é um encontro de vontades, fundado no reconhecimento da dignidade das partes, sem preconceitos, complexos ou reservas mentais, (que) implica disposição para o diálogo e para a abertura, não o fechamento em comportamentos autistas".

Salientando que "ao contrário do que tem sido dito, o Acordo Ortográfico é uma das questões mais debatidas dos últimos 20 anos", Carlos Reis frisou que "um acordo implica também o pragmatismo que leva a que se concorde no que é possível concordar, sem prejuízo de diferenças que não põem em causa o essencial da concordância".

"Se um acordo incide na ortografia - insistiu - então reconheça-se que ele visa aquele domínio linguístico que é mais convencional e susceptível de reajustamentos rapidamente incorporados pelo uso e sobretudo pelas crianças, que são os falantes do futuro".

Segundo o professor, o que está em causa neste Acordo Ortográfico é "aproximar a grafia da articulação fonológica - aproximar, não identificar - ou, noutros termos, aproximar o modo como escrevemos do modo como falamos".

"Há alguma ofensa cultural se passo a escrever 'elétrico' em vez de eléctrico'? Houve desrespeito pelo idioma de Alexandre Herculano, pelos legisladores do Liberalismo ou pelos cidadãos letrados seus contemporâneos, quando passámos a escrever 'fósforo' ou 'exausto' em vez de 'phosphoro' ou 'exhausto'?" - exemplificou.

E colocou, em seguida, algumas perguntas que caracterizou como "claramente retóricas", a primeira das quais foi: "Deve Portugal manter-se agarrado a uma concepção conservadora da ortografia, como se ela fosse o derradeiro baluarte da identidade portuguesa?"

"E podem alguns portugueses persistir em encarar o Brasil como um parceiro menor neste processo ou até como um inimigo?", lançou, acrescentando: "É curial ou inteligente ignorar o muito que o Brasil faz, por muitas vias, para a afirmação internacional da Língua Portuguesa?"

E, interrogou-se, "se, no futuro, os países africanos de língua oficial portuguesa, incluindo o Brasil, se entenderem quanto à adopção de uma ortografia comum, em que posição fica Portugal?"

(Texto extraído, com a devida vénia, do "Diário de Coimbra", de 09/Abril/008)


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ACORDO ORTOGRÁFICO

O QUE É E O QUE NÃO É O ACORDO ORTOGRÁFICO

De que é que falamos quando nos referimos ao acordo ortográfico? Referimo-nos a um acordo assinado em 1990 entre os sete países de língua oficial portuguesa de então que estabelece normas ortográficas, ou seja regras de como escrever palavras.

Muitas pessoas fazem uma ideia completamente errada do que é o Acordo Ortográfico. Algumas são cultas mas estão mal informadas – indesculpavelmente mal informadas. Com a maior das leviandades dizem disparates inconcebíveis sobre o acordo, que outros repetem como desmiolados papagaios. Impõe-se por isso ver o que é e o que não é o Acordo Ortográfico.

O Acordo Ortográfico não altera a pronúncia de qualquer palavra. Isso é verdade para qualquer reforma ortográfica. Quando em Portugal se aboliu o acento de idéia e se passou a escrever ideia, o e continuou aberto; não se tornou semelhante ao de feia. Antes de 1974 tínhamos pesada e pèzada. Pronunciavam-se em Portugal pezada (com o e pronunciado como em de) e pèzada, respetivamente. Em 1974 foi abolido o acento de pèzada, mas a nova grafia – pezada – não deu origem a uma nova pronúncia. Pezada não passou a pronunciar-se como pesada.

Atualmente, no Brasil escreve-se Coréia e européia, o que está de acordo com a pronúncia das duas palavras no outro lado do Atlântico. Em Portugal e noutros países diz-se Corêia e europêia. Com o Acordo Ortográfico os brasileiros passarão a escrever Coreia e europeia, mas isso em nada altera a pronúncia brasileira de tais palavras e de outras com a mesma terminação, como atéia.

Fixem bem: o Acordo Ortográfico muda a grafia de certas palavras, a maneira como se escrevem, mas não altera a pronúncia de nenhuma palavra.

Há uns anos um leitor dum jornal mostrava-se surpreendido com a palavra embaixadora e perguntava se ela se devia ao Acordo Ortográfico. A palavra embaixadora – antiga na língua portuguesa – designa mulher que desempenha as funções de embaixador, distinguindo-se de embaixatriz, mulher de embaixador. A palavra embaixadora não se deve ao Acordo Ortográfico, que só tem a ver com a ortografia, maneira de escrever palavras.

Fixem bem isto: o Acordo Ortográfico não cria nem elimina palavras. Ele só tem a ver com a maneira como se escrevem palavras.

Cachopo significa rochedo quase à flor da água. Também pode significar rapaz, moço, mas no Brasil a palavra não se usa com esse significado.

A palavra registrar não é hoje usada em Portugal, mas já o foi. Ela aparece na primeira página da primeira edição do Diário de Notícias, de Lisboa, que viu a luz do dia na segunda metade do século XIX. Em contrapartida, registar é pouco usado no Brasil. Ambas as formas são bem portuguesas.

Esta discussão pode ser interessante, mas não tem a ver com o Acordo Ortográfico.

Não esqueçam: O Acordo Ortográfico não tem a ver com as variações de uso ou significado de palavras, mas sim com a maneira como se escrevem.

Um semanário deu uma vez a "informação" de que, com o Acordo Ortográfico, pacto passaria a pato. Uma completa imbecilidade é o nome que merece essa “notícia”, digna antecessora do telelixo. Já vimos que o acordo, por ser ortográfico, não muda a pronúncia de nenhuma palavra; só muda o modo como algumas se escrevem. Portanto, segundo o jornal, passaríamos a escrever pato e a dizer pacto – uma completa burrice. Pensemos um pouco. Alguém em seu perfeito juízo acredita que pessoas como o Prof. Lyndley Cintra, um dos eminentes linguistas envolvidos no acordo, iam propor uma coisa tão idiota? Alguém com dois dedos de testa acredita que os deputados iam aceitar uma tão incrível cretinice? Só se estivessem todos irremediavelmente doidos …

O jornalista que deu a “notícia”, se estivesse interessado em investigar uma coisa tão absurda, teria procurado algum dos linguistas que negociaram e redigiram o acordo. Teria, pelo menos, lido o texto do acordo para saber o que é que ele realmente diz. Se calhar, o que o acordo diz pouco lhe interessava. O que lhe interessava era uma notícia escandalosa que ajudasse o jornal a vender papel. Do que precisava era de lançar uma boca, como se diz em Portugal, mesmo se fosse completamente falsa e idiota.

Aí por 1990, durante uma concorrida reunião pública sobre o Acordo Ortográfico, o Dr. Fausto Lopo de Carvalho, diretor dum jornal e pessoa culta com livros publicados, mostrou-se angustiado e irritado com a ideia de passar a escrever fato em vez de facto, que em Portugal tem um cê que se pronuncia. Diga-se, de passagem, que nem sempre este cê se pronunciou no passado. O Dr. Fausto Lopo de Carvalho acreditava que o acordo estabelecia tal absurdo. A Dr.ª Edite Estrela explicou-lhe então que estava mal informado, para grande alívio do homem. De vez em quando, aparecem pessoas com pretensões a intelectuais a insistir no mesmo erro e a mostrar a sua revolta. Custa a crer …

No Brasil o segundo cê de cacto é pronunciado; em Portugal não é. Agora imaginemos uma reforma ortográfica que estabelecesse o seguinte: os brasileiros continuarão a dizer kakto, mas escreverão cato porque em Portugal se diz kato e não kakto. Isto seria completamente absurdo, tão absurdo como obrigar os portugueses a escrever fato continuando a dizer fakto lá porque os brasileiros não dizem fakto mas fato.

Se certos pontos do Acordo Ortográfico fossem como alguns dos seus inimigos julgam que são, realmente ele seria de combater com todas as forças.

Como se pode concluir da leitura da edição de 25 de Abril 2007 do quinzenário cultural lisboeta JL, continua a existir gente com responsabilidades que acredita que em Portugal vamos deixar de escrever facto, que é substituído por fato. A ser verdade, seria um absurdo de todo o tamanho. É completamente falso. Custa a perceber que haja quem acredite em tais tolices.

Há letras que não se escrevem embora se possam ouvir na pronúncia. É o caso do i de a iágua. Nestes casos o Acordo Ortográfico não as manda escrever. Trata-se de pronúncias não-cultas. O Acordo Ortográfico só trata de pronúncias cultas da língua.

Tomem boa nota: o Acordo Ortográfico não elimina em nenhuma palavra qualquer letra que se leia numa pronúncia culta da língua.

Durante a transmissão pela estação portuguesa de televisão SIC em cadeia com uma emissora brasileira ouviu-se o locutor dizer: “o avião está agora se aproximando”. Esta ordem das palavras não se usa no português europeu. Na África lusófona a ordem das palavras também é por vezes diferente da do português europeu.

A parte da gramática que trata do modo como se combinam as palavras para a expressão do pensamento chama-se sintaxe. O Acordo Ortográfico não estabelece regras de sintaxe.

Tomem boa nota: o Acordo Ortográfico não estabelece regras de sintaxe; tem a ver somente com a maneira de escrever as palavras.

A língua portuguesa é falada em mais de um país e de um continente. Como era de esperar, tem variedades. Algumas estão em formação como a moçambicana, que tem sido objeto de estudo como o da Prof. Perpétua Mendonça, autora, entre outras obras, de “Português de Moçambique – Uma Variedade em Formação”.

Pouco depois da independência de Moçambique e em resposta a uma pergunta duma jornalista brasileira, a Ministra da Educação Graça Machel, afirmou ser Portugal o modelo em termos linguísticos até os gramáticos moçambicanos estabelecerem as regras do português de Moçambique.

Temos, portanto, variedades do português, que podem ter normas próprias, que, nalguns aspetos, poderão estabelecer regras diferentes ou mesmo contrárias.

O que é esta questão das normas tem a ver com o Acordo Ortográfico? Nada.

Notem bem: o Acordo Ortográfico não interfere com a coexistência ou com as regras de normas linguísticas regionais.

Neste momento a língua portuguesa tem duas normas ortográficas: a usada no Brasil e a dos restantes países de língua portuguesa. Da aplicação das duas normas resultam bastantes diferenças de ortografia. Reformas introduzidas no Brasil por uma lei de 1971 reduziram bastante as diferenças, mas persistem importantes divergências.

O Acordo Ortográfico não introduz uma completa uniformização na grafia das palavras, mas naturalmente a redução ao mínimo possível das diferenças é um dos objetivos. Com o acordo escreveremos as palavras nos países de língua portuguesa de harmonia com uma única norma.

Tomem nota: Com o Acordo Ortográfico a grafia das palavras passa a ser regulamentada nos países de língua portuguesa por uma única norma.

Vejamos agora quais as principais alterações que o Acordo Ortográfico introduzirá no nosso uso habitual da língua.

Principais alterações introduzidas pelo Acordo Ortográfico em Portugal, países africanos de língua oficial portuguesa e Timor

Eliminação de cês e pês não pronunciados em palavras como director, acção, protecção, baptismo, adoptar e excepção, as quais passam a escrever-se diretor, ação, proteção, batismo, adotar e exceção.

Parece que o primeiro-ministro português Marcelo Caetano se preparava para eliminar estas consoantes mudas quando a revolução do 25 de abril de 1974 pôs termo à sua governação. Pouco antes ele quase eliminou o acento grave. Devemos estar-lhe muito gratos por isso.

Principais alterações introduzidas pelo Acordo Ortográfico no Brasil

  • Desaparece o trema. Em Portugal escreve-se aguentar, arguido, frequente e tranquilo. No Brasil as normas ortográficas em vigor estabelecem que estas palavras se escrevem agüentar, argüido, freqüente e tranqüilo. O trema é colocado sobre o u para indicar que esta letra é pronunciada. Em Portugal o trema não se usa desde 1945.
  • O ditongo ei em palavras graves nunca é acentuado graficamente. Por isso, deixa-se de usar acento em palavras como assembléia e idéia. Atualmente tais palavras não levam acento em Portugal.

Principais alterações introduzidas pelo Acordo Ortográfico comuns a todos os países de língua portuguesa

  • É simplificado e reduzido o emprego do hífen.
  • O ditongo oi em palavras graves ou paroxítonas não leva acento. Escreveremos boia e heroico em vez de bóia e heróico.
  • (Em http://orto.no.sapo.pt)